Novembro. Inacreditável. Oficialmente inaugurado o final do ano, abrem-se também as portas pra checagens e balanços, e aqui não poderia ser diferente.
Hoje me deu vontade de falar sobre a marca de limite que o cansaço traz. De quando algo sinaliza que já deu, chega.
Uma paciente me disse que a partir das nossas sessões, ela se inspira e acaba encontrando abertura pra manobra onde antes não enxergava muito espaço pra nenhum movimento. Acho isso bonito, instigante acompanhar uma mesma barreira, antes tão resistente, se tornando transponível, maleável, só pelo fato de que as travas são nomeadas ao longo do tempo.
Outro dia, postaram uma caixinha do Instagram (infelizmente não lembro a @) com a pergunta “por que é tão difícil deixar alguém ir embora?” e a resposta foi: “porque não temos escolha”, ou algo assim.
Ainda que seja considerada empolgante e energizante a ideia de que não somos lá tão limitados, que a mudança é possível e que a conquista surge com a aposta em cada ato diferenciado daqueles que não deram certo, tenho percebido que também é preciso saber a hora de desistir de se esforçar muito pra que algo aconteça. Ter que tentar demais, talvez seja indício pra outra coisa.
Esse tem sido um ano que vem trazendo alguns resquícios de insistência e meditações em torno de um desapego que não envolve necessariamente jogar coisas pro alto, mas talvez optar por uma desistência suave, com o repouso de alguns ideais e necessidades momentaneamente equivocadas. Levando em conta que o que era possível foi feito, aparece um tipo de rendição aos limites, ao basta das próprias ações frente a empecilhos maiores do que é possível atravessar sem se machucar ou se perder tanto pelo caminho.
É bom calcular bem mais do que os próprios interesses palpáveis quando nossas apostas são feitas. No desconhecido de nós mesmos e do(s) outro(s), tem muito mais em jogo determinando o percurso das nossas inofensivas escolhas e aceitações.
Se algo ou alguém demanda uma insistência que mais exaure do que impulsiona, quando uma nova tentativa precisa partir de planos complexos e mirabolantes que mais tiram do que acrescentam, é bom se perguntar ao que aquilo vai levar, no final das contas.
Sem excessos românticos ou racionais, cada um é capaz de dizer o que e quanto aguenta.
Não ter escolha, como dito no início do post, é simplesmente precisar acatar, com ou sem resistência, o que já é, o que já acontece em circunstâncias específicas, até que outras opções apareçam de outros lugares que não dependem só do próprio movimento em direção a, mas de uma pausa que permita o mínimo de folga pra que b também se torne visível.
Inicialmente, queria que esse texto fosse mais elaborado, mas como boa cansada, também vou me ocupando de outras tarefas, às vezes inúteis, na teimosia em não organizar e abrir espaço pra outras formas de vida.
Isso vai mudar. Está mudando.
Deixar estar, deixar ir, deixar como permissão pro desconhecido, e não como abandono do familiar.
Mais, ainda
Moving slowly into the setting sun… Tenho adorado andar de bicicleta. Escutando Ivy então, mais legal ainda.
Sinais de que é hora de deixar ir?
Procrastinadores produtivos, uni-vos
Uma planejadora financeira, expert em acalmar e orientar de forma bem prática quem tá precisando olhar pros números sem surtar; essa é a Érica do dinboa. Juntas, temos pensado em como construir espaços onde a gente tira o tema dinheiro de um lugar nebuloso. Vem coisa boa pelo caminho.
Atrasada em alguns vários anos, mas finalmente assistindo Paradise Lost e quase não conseguindo pensar em outra coisa. Agora mesmo tá ali na tv, pausado.
Todo meu carinho por bandas que transportam pras sofrências da época orkut/msn. Melhor ou pior? Às vezes dá um nó.
Volto em breve,
Carol.
Vencidos pelo cansaço
As vezes é melhor desistir e partir pra outra, não é facil mas é o que resta.