Recordar é viver
Em meados de 2007, criei um blog que batizei carinhosamente de “No Jardim”. O Jardim era um lugar onde eu exercia, majoritariamente, um lado que vou chamar de pisciano, seja lá qual for a leitura que se faça disso, mas por ora vamos traduzir dizendo que naquele espaço eu era... romântica, criativa, sonhadora, um pouquinho dramática de vez em quando. Com a idade em que estava, andava descobrindo e compartilhando muitos afetos novos e maneiras de me relacionar comigo e com quem/o que estivesse presente a época, e através da página, conheci pessoas especiais, firmei laços com outras, tive acesso a oportunidades interessantes e, mais do que tudo, sem saber ou planejar, ali começava a me preparar para escrever a vida de um jeito mais meu, com a minha linguagem, meu estilo, minhas muitas vontades e peculiaridades.
Recentemente, uma amiga muito querida (e bruta! - internas) me perguntou se eu havia me desfeito do Jardim (não, só está escondido), e na conversa, acabei lembrando de outras pessoas, ao longo do tempo, me dizendo do quanto gostavam de lá, de como era divertido, bonito até, e aí me dei conta de que sim, era mesmo. Fui me atrever a reler alguns dos textos e, fazendo um paralelo com as atualidades da vida, ri por ter escrito: “graças ao impulso causado pelo cansaço da incógnita, tomei a melhor decisão do ano”, porque isso foi em 2012, mas poderia muito bem ter sido ontem também, de onde me vem a percepção de que:
Eu já estava meio que lacaniando antes da psicanálise vir abalar minhas estruturas de vez, hahah
Meu tempo para decisões tem alguns critérios que, bons ou ruins, não se alteraram muito ao longo dos anos, mas, criar e escrever, sobre o que quer que seja, é sempre uma boa pedida nesses períodos. Acho que me dá clareza.
E aí que,
Dito isso, esta newsletter aparecerá em sua caixa de entrada, se assim você quiser, provavelmente aos domingos mesmo, cedinho, basicamente porque enquanto escrevia parte disso aqui e pensava em um bom dia, estava escutando Sunday Morning, do Velvet Underground, que é uma música boa e que transmite bem o clima daquelas manhãs preguiçosas em que a gente quer fazer tudo devagar e sempre, contemplar a vida e, quem sabe, ler alguma coisa interessante pelo caminho.
Embora não tenha definido bem o que teremos por aqui, não me preocupa muito esse ponto agora. Vou trazendo e testando com o que vai me tocando e chamando durante os dias em termos de livros e outras leituras, filmes, artes, estudos, pensamentos…
Sugestões também são sempre bem-vindas, e quem me conhece um pouquinho melhor talvez saiba apontar coisas que faço e que são agradáveis de ver/acompanhar!
Ah, sim, por último mas não menos importante, por que Boa o Suficiente? Para quem não veio do Instagram, falei um pouquinho sobre o nome aqui neste post.
E se você não faz a menor ideia de quem eu sou, uma pista.
Etc
Fazendo uma atualização rápida antes de publicar: na próxima, muito provavelmente tem filme, música e algumas palavras sobre encantamento.
Obrigada por ler… espero que volte, e que traga mais gente também!
Até a próxima,
Carol.